segunda-feira, 20 de setembro de 2010

CORRUPÇAO? ONDE?



A vulgarização produz um anestésico para a corrupção e a desonestidade, vamos todos continuando nossas vidinhas como se todas as  aberrações e escândalos  não nos atingissem em cheio. O uso do "molha a mão" em troca de favores ilícitos ficou tão comum que se espalhou a todas as classes e são poucos (bem poucos mesmo) os que protestam e ficam indignados com a onda de falta der vergonha que assola o país e assalta seus mais altos escalões. Parece que nos Capivarianos estamos perdendo a faculdade da revolta, entretanto, no Brasil inteiro está havendo a vulgarização da vida. O Brasil  flutua num mar de vulgaridade e os principais meios de diversão de massa, o rádio e a televisão, competem no campeonato da degradação humana. Todas as portas são violentadas pela grosseria e pela estupidez, pela ignorância e pelo imediatismo. Fala-se muito agora em ética honestidade e moral, mas o discurso ético não pode existir numa série de teses geladas e abstratas, deve vir guiado pela paixão e pelo entusiasmo, enviando corações e mentes para a frente e para o alto. A moral que nos deixa frios e impassíveis deverá ser boa para os hipócritas. O código de moral não basta. Kujawski costuma distinguir entre a moral, no feminino, isto é, a honestidade e os bons costumes e o moral, no masculino, ou seja, o espírito de luta na superação das dificuldades. O moral tem primazia sobre a moral, pois quando o moral vai alto o ser humano está em forma e dificilmente cede para a imoralidade. Quando o moral decai e a pessoa perde a fibra, abandona-se à inércia e se deixa levar pela disposição da menor resistência. O político brasileiro faz muito que perdeu o moral, o sentimento de luta, o espírito de missão cívica e patriótica. Os políticos devoram o poder como uma nuvem de gafanhotos e fazer política virou sinônimo de ganhar a próxima eleição, nada mais. Esta disposição contaminou a maioria dos políticos, os vereadores parece que se sentem hoje como seres inúteis, sem metas a cumprir, fechados nas cadeias da aceitação  a qualquer gesto de que venha do nosso "pernóstico". Vivemos hoje num mundo de políticos invertebrados (salvo raríssimas execões), sem corpos nem alma e rendidos a mais pura fisiologia (as vezes comprados por favorecimentos pessoais). Falta vergonha na cara dos políticos e indignação na opinião pública porque falta nas almas a paixão intransigente de ser fiel à voz da própria consciência, esta paixão incondicional que ordena fazer a coisa certa (ainda que me matem) e que gera a grande indignação. Em breve estarei relatando fatos que me levam a essa indignação, fatos que foram narrados a diversos vereadores, mas, que até agora...


Não se trata de dizer que corrupção não seja importante. Claro que é. Mas ela é apenas um sintoma de uma doença muito mais generalizada, que tem a ver com a falta de uma visão de sociedade. Tem a ver com a falta de “sabedoria prática”, . Tem a ver com nossa dificuldade de tomarmos as rédeas da vida e da cidade e começarmos hoje a construir uma sociedade melhor, em vez de esperarmos que os políticos melhorem. O problema é nosso, não é deles (é deles também, mas eles não ligam).

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